* Schwarz und Weiß = Preto e Branco

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Com quantos paus se faz uma canoa?



Certamente você já ouviu esta pergunta: Com quantos paus se faz uma canoa? Lembro que durante a minha infância, muitas vezes (quando eu "aprontava") minha mãe falava: Eu vou lhe mostrar com quantos paus se faz uma canoa! Eis a resposta: com um pau.
A palavra “canoa” originalmente designava uma embarcação de origem indígena a qual era feita escavando-se um tronco de modo a torná-lo oco. Com o tempo, a palavra passou a referir-se a qualquer pequeno barco a remo, que pode ser de qualquer material.
Como a canoa do ditado é feita de madeira, usou-se um pau só.
[Christianno Augusto]

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Assim Será

Assim que quer, assim será, eu vou pra não voltar
Toma este anel que é pra anular o céu, o sol e o mar
Eu não queria ir assim tão triste, triste...
Vem dizer adeus ao que restou de quem um dia foi feliz

Há de encontrar um encantador um novo ou velho amor
Vai te levar leve a vagar prum lar de fina-flor
E você vai ser mais feliz longe de mim...
Por isso eu vou, mas não me peça pra amar outra mulher que não você
Vou mas não me peça pra amar outra mulher que não...

Sei que seu fel, fenecerá em nome de nós dois
A chuva do céu, se encerrará pra ver nosso depois
Como vai ser ruim demais olhar o tempo,
Ir sem ver os seus abraços, seus sorrisos ou suas rimas de amor...

[Los Hermanos]

domingo, 20 de setembro de 2009

Doce solidão

Posso estar só
Mas, sou de todo mundo
Por eu ser só um
Ah, nem! Ah, não!
Ah, nem dá!
Solidão, foge que eu te encontro
Que eu já tenho asa
Isso lá é bom, doce solidão?

[Marcelo Camelo]

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Pensamento

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.

[Carlos Drummond de Andrade]

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Dai pão a quem tem fome

Na cidade de Joinville houve um concurso de redação na rede municipal de ensino. O título recomendado pela professora foi: 'Dai pão a quem tem fome'. Incrível, mas o primeiro lugar foi conquistado por uma menina de apenas 14 anos de idade. E ela se inspirou exatamente na letra de nosso Hino Nacional para redigir um texto, que demonstra que os brasileiros verde amarelos precisam perceber o verdadeiro sentido de patriotismo. Leiam o que escreveu essa jovem. É uma demonstração pura de amor à Pátria e uma lição a tantos brasileiros que já não sabem mais o que é este sentimento cívico.

Dai Pão a quem tem fome

Certa noite, ao entrar em minha sala de aula, vi num mapa-mundi, o nosso Brasil chorar: O que houve, meu Brasil brasileiro? Perguntei-lhe! E ele, espreguiçando-se em seu berço esplêndido, esparramado e verdejante sobre a América do Sul, respondeu chorando, com suas lágrimas amazônicas: Estou sofrendo. Vejam o que estão fazendo comigo... Antes, os meus bosques tinham mais flores e meus seios mais amores. Meu povo era heróico e os seus brados retumbantes. O sol da liberdade era mais fúlgido e brilhava no céu a todo instante. Onde anda a liberdade, onde estão os braços fortes? Eu era a Pátria amada, idolatrada. Havia paz no futuro e glórias no passado. Nenhum filho meu fugia à luta. Eu era a terra adorada e dos filhos deste solo era a mãe gentil. Eu era gigante pela própria natureza, que hoje devastam e queimam, sem nenhum homem de coragem que às margens plácidas de algum riachinho, tenha a coragem de gritar mais alto para libertar-me desses novos tiranos que ousam roubar o verde louro de minha flâmula. Eu, não suportando as chorosas queixas do Brasil, fui para o jardim. Era noite e pude ver a imagem do Cruzeiro que resplandece no lábaro que o nosso país ostenta estrelado. Pensei... Conseguiremos salvar esse país sem braços fortes? Pensei mais... Quem nos devolverá a grandeza que a Pátria nos traz? Voltei à sala, mas encontrei o mapa silencioso e mudo, como uma criança dormindo em seu berço esplêndido.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Pensamento

Falar é completamente fácil
quando se têm palavras em mente
que expressem sua opinião.

Difícil é expressar por gestos e atitudes
o que realmente queremos dizer,
o quanto queremos dizer,
antes que a pessoa se vá.

[Carlos Drummond de Andrade]

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Simples Como Qualquer Palavra

Palavra, tenho que escolher a mais bonita
Para poder dizer coisas do coração
Dar a letra de quem lê
Toda palavra escrita ou rabiscada
No joelho, guardanapo ou chão
Ponto pula linha travessão
E a palavra vem
Pequena, querendo se esconder no silêncio
Querendo se fazer de oração
Baixinha como a altura da intenção e na insegurança
Vírgula, parênteses, exclamação
Ponto pula linha travessão
E a palavra vem...

Vem sozinha
Que a minha frase invento pra te convencer
Vem sozinha...
Se o texto é curto aumento pra te convencer
Palavra, simples como qualquer palavra
Como qualquer



[Fernando Anitelli]

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Diamante


"O dia mente a cor da noite e o diamante a cor dos olhos. Os olhos mentem dia e noite a dor da gente..."
[Fernando Anitelli]

Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada,
aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

[Carlos Drummond de Andrade]